Capítulo 01
DESCONTROLE
A manhã
chegou a Vila Serena trazendo bons presságios para a colheita do trigo, que
depois de tanto trabalho dos agricultores e Bulbassaurs
finalmente surtiu efeito. Anos foram necessários para a correta semeada do solo
e ainda mais necessária foi à ajuda de Squirtles
e Vaporeons, que com seus jatos de
água conseguiram suprir exatamente o necessário que essas plantas tão
complicadas de serem plantadas neste solo necessitavam.
Geodudes e Machops estavam trabalhando essa manhã nos campos, auxiliando os
agricultores com a colheita, retirando o trigo fresco do solo e colocando em
carroças para o transporte. A felicidade estava estampada, tanto no semblante
dos Pokémons como nos humanos. Esse prometia ser um ótimo dia, com fartura na
mesa durante as refeições e um bom estoque de grãos para a vila, com o pôr do
sol.
Durante
boa parte da manhã os habitantes da Vila Serena realizam os preparativos para a
chegada da colheita e de seus esforçados trabalhadores, mas um zunido agudo e
estridente mostrava que algo estranho estaria para acontecer. Por toda a vila e
nos campos, um zunido quase ensurdecedor ecoou nos ouvidos dos habitantes. Os
moradores da vila observaram o céu incansavelmente, uma vez que este mostrava
ondulações coloridas, disformes e estranhas nessa região e durante essa época
do ano, sendo um momento único e muito bonito. Um evento de aurora boreal pode
ser encontrado nos locais onde o gelo é mais abundante, mas numa região
ensolarada e quente como aquela, era algo “impossível”.
Não
demorou muito para serem identificados à fonte de toda a algazarra sonora. Uma
nuvem de Zubats e Golbats se encaminhava em direção aos
campos. Todos que trabalhavam na colheita pararam suas atividades e ficaram
alertas, os Pokémons preparados para atacar e os humanos com suas enxadas,
picaretas e pás, prontos para responder a qualquer investida. Um comportamento
muito estranho para esses morcegos, saírem no horário matinal/vespertino era
algo impensável para todos os habitantes, eles jamais os viram voar pela vila
nesse horário, onde até o momento eles ficavam reservados as grandes copas das
árvores e as úmidas cavernas próximo ao Rio da Vida para se proteger dos raios
do sol ao qual pouco desejavam ser irradiados.
A nuvem
que vinha se deslocando desde a Montanha Uivante não parecia querer atacar
ninguém especificamente, mas esse pequeno alivio foi quebrando quando alguns
trabalhadores baixaram a enxada e o sol refletiu sobre eles, transformando os
Pokémons em famigerados algozes de todos que se encontravam no campo não tendo
dúvidas e descendo de forma ameaçadora e voraz sob um frenético ataque a todos.
Rochas foram lançadas, ondas sonoras causavam estragos por toda a terra, antes
cultivada, agora destruída. Algumas carroças foram lançadas no ar e
espatifavam-se no chão, ora sobre suas próprias cargas, ora sobre alguns Zubats
e Golbats, e uma ou outra vez, quase que sobre os homens que tentavam atacar
esses pedantes morcegos.
Durante
quase uma hora, a batalha foi intensa e feroz. Muitos Pokémons, selvagens e que
trabalhavam com os humanos foram feridos, e até alguns humanos mostravam
escoriações, com três mostrando ferimentos mais graves. Alguns Zubats estavam
abatidos sob o solo, mas a grande maioria, sem qualquer tipo de aviso
prévio, simplesmente pararam de atacar, fizeram um quê de desentendidos, e
reagruparam, retornando para seus covis, deixando para trás toda a destruição
"inexplicável" retornando ao seu habitat na Montanha Uivante.
Com a
retirada dos Pokémons selvagens, foi-se então hora de calcular os danos, os
feridos e as despesas que foram perdidas. Cinco carroças foram destruídas
totalmente durante a batalha, com três tendo sua carga inutilizável novamente.
Os primeiros socorros necessários foram aplicados, e Pokémons e humanos se
apertaram nas carroças para retornarem a vila quando o dia estava quase
anoitecendo, levando suas histórias e os ganhos, que já não seriam tão grandes
como se havia pensado no começo do dia. O Pastor foi o primeiro a ser avisado,
com os feridos sendo encaminhado para a cuidadora da cidade, que há muito tempo
não teria tanto trabalho para realizar.
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