Uma leve
brisa quase matinal passava por todos os campos da Vila Serena, banqueteando a
vegetação, alguns Pokémons que repousavam sob as densas árvores da floresta
próxima e adentrando por todas as frestas nas casas dos habitantes da delicada
e sossegada vila. A brisa trazia o ar agradável de mais um dia que iniciaria
com o raiar do sol de verão, se mostrando tão quente como deveria ser.
Porém,
em uma casa central da vila, essa brisa ganhou um discreto e intenso impulso e
adentrou pelos cômodos da casa, fazendo com que as janelas entreabertas
escancarassem suavemente a sua passagem e tremeluzissem todas as cortinas que
as revestiam. Como que procurando por algo, ou alguém, a brisa soprou por todo
o cômodo inferior e emergiu no piso superior através das frestas do piso
revestido de madeira. Uma porta grossa de carvalho podia ser vista no fim de um
corredor fracamente iluminado por lamparinas colocadas sobre alguns móveis,
mas, alguns metros à frente, era possível ver então uma grande e bela porta
branco perolada, entreaberta e com um facho de luz tremeluzindo da calda de um
belo Charmeleon, que se encontrava ao
lado de uma suntuosa cama, como um defensor, um guarda costas do habitante
daquele móvel.
Um
garoto de aproximadamente 16 anos encontrava-se coberto por finos lençóis de um
tecido azulado brilhoso, com um semblante sossegado, calmo e que, com certeza,
demonstrava que bons sonhos estavam sendo vividos naquele momento. Seu sorriso
taciturno e sua suavidade de expressões não deixavam dúvidas. Mas a brisa que
tanto procurou, pareceu achar seu destino e durante um tilintar de enfeites
pendurados no teto do quarto, a sombra da figura de um Pokémon se materializou
e investiu com toda força e velocidade sobre a cabeça do jovem, invadindo seus
sonhos e mudando rapidamente a expressão de tranquilidade para dor e angustia.
Em segundos toda a calma que era expressa por aquela face foi trazendo rigidez
muscular e suor às têmporas do menino.
Tudo não
durou mais que um minuto, após essa investida, o garoto deu um súbito sacolejo
da cama, e acordou todo suado e desorientado. Se não estivesse ainda deitado,
certamente o chão teria sido sua escora. O Charmeleon que repousava ao seu lado
de forma pacata, acordou assustado e em instantes ficou em alerta, mas nada
podia ser observado, a não ser uma chacoalhar das cortinas presentes
na janela aberta do quarto.
O garoto
não conseguia lembrar nenhum instante do sonho que havia tido essa noite, fato
raro para ele, uma vez que sempre anotava em seu diário noturno, assim que
acordava, seus mais profundos e misteriosos sonhos, para analisar calmamente
durante o dia, uma forma de passar um pouco mais o seu tempo. Porém hoje, a
única palavra que conseguiu lembrar para escrever foi “AJUDE-ME”.
NOTA DO AUTOR: Essa história também está hospedada na página http://ruinapok.webnode.com/ aqueles que puderem dar uma conferida, apareçam :D
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