POKÉMON DOOM 03

30.8.13


Capítulo 03
A REUNIÃO DO CONSELHO

O céu se mantinha estranhamente belo, demonstrando que algo estranho poderia ter acontecido, e isso fez com que o Pastor ficasse com certa desconfiança dos eventos que viriam a se desencadear. A vila parecia pacata e sem qualquer sinal de ataque de grupo de Pokémons descontrolados. Mas por via das dúvidas, ele preferiu fazer uma caminhada pelas ruas da Vila Serena, tentando encontrar algum distúrbio fora do normal.
Ele era um homem com mais de quatro décadas vividas, mas as linhas de expressão de seu rosto e o treinamento físico intenso que realizava periodicamente o davam uma fisionomia mais jovem. Seu filho era uma companhia constante nestas atividades, e até seus Pokémons, um Alakazam, com o qual Wilson Fauster treinava desde sua infância, e o Charmeleon do seu garoto, sempre os acompanhavam. Esse treinamento trazia imensos benefícios físicos e mentais, mas os humanos sabiam que este era o momento deles, o momento de pai e filho se tornarem mais íntimos, uma vez que os assuntos da vila o deixavam muito ocupado, a função de “Pastor” realmente o deixava exausto e sem qualquer possibilidade de trocar ideias com seu filho.
– Senhor Pastor, eu gostaria de tirar uma dúvida com o senhor. – Um homem grande, com fortes braços, duramente trabalhos nas forjas da cidade, vinha em direção a Wilson, com um ar preocupado e incerteza no olhar, falando quando este deu seu aval.
– Não seria melhor utilizarmos os Pokémons treinados para proteger melhor nossa cidade desses ataques, do que manter os trabalhos de forma normal?
Tendo seu Alakazam meditando ao seu lado, ao qual fez um carinho por trás de sua nuca, eriçando seus pelos e lançando um pouco de energia azulada por marcas que apareciam em seu corpo e se dirigiam para o chão, o Pastor sorriu para o preocupado homem.
– Não tem o que se preocupar Ralf, os Pokémons podem trabalhar sem problema, eu já estou resolvendo essa situação, o Conselho se reunirá hoje e tudo será resolvido.
Era verdade que os problemas pareciam estar aumentando, e com o aparecimento do estranho fenômeno novamente, os habitantes da Vila Serena não ficaram muito sossegados com o fato, o ataque não era um assunto abordado todos os dias mais, porém com esse evento acontecendo, parecia que um botão havia sido pressionado e todos voltaram a ficar alerta e receosos com o que poderia ocorrer.
Os Pokémons pareciam que estavam pressentindo algo, ficavam mais instáveis e os humanos mais inseguros em relação as ações que podiam tomar com seus parceiros. O Conselho, grupo de pessoas influentes da vila, percebeu a necessidade de uma rápida reunião, para resolver de uma vez por todas os problemas que estavam se espalhando como uma doença altamente contagiosa.
Durante sua caminhada, pessoas chegavam no Pastor com perguntas sobre o modo que deveriam agir com as atitudes que seus Pokémons estavam tomando e durante os momentos que antecederam a reunião do Conselho ele agradeceu por não ser incomodado, uma vez que não era encontrado, graças aos poderes do seu Alakazam de criar ilusões do ambiente ao seu redor, levando o Pastor para a Casa Central sem qualquer incomodo extra.
– Obrigado Alakazam, agora queria que você fosse até a minha casa e trouxesse a caixa que havia te falado, aquela com o selo da planta, você pode fazer isso?
O Pastor falou assim que chegaram a Casa Central, sendo respondido com um aceno positivo do seu companheiro e subindo as escadas para sua sala de reuniões, onde ele deveria tomar as decisões que, mal ele sabia, mudaria completamente toda a história de sua família e tudo que ele havia protegido até aquele instante.

***

Os conselheiros não demoraram a chegar e a reunião logo começou, com portas fechadas e muitos sussurros de todos que auxiliavam o Pastor na Casa Central. Rose Teodor, a secretária particular do Pastor é a única que tinha a autonomia para transitar entre a sala de reunião e os aposentos comuns da Casa Central, esperando que o Alakazam retorne logo, um pedido feito pelo Pastor e que ainda não havia sido completado, um acontecimento raro, já que o Pokémon sempre cumpria com seu itinerário antes do previsto por todos. O nervosismo de Rose estava aumentando, uma vez que ela sabia que o momento de usar o objeto solicitado estava se aproximando.
As portas dos fundos da Casa Central abriram-se repentinamente, levando Rose a criar esperanças em seus olhos, mas ao ver quem havia chegado, ela se decepciona ao observar que tratava-se de Ian e seu Charmeleon, muito suados e sem fôlego.
– Garoto, se acalme, por que você está tão apressado, o que está acontecendo, alguma coisa grave? – Ela perguntou se colocando a frente do garoto, que tentava subir as escadas e se dirigir até a sala do pai.
– Senhora Teodor (puff), não tenho tempo para conversa, ... (puff) meu pai, preciso falar ... (puff) urgente. Tenho que perguntar sobre ... (puff) sonho estranho ... (puff) venho tendo. – As palavras voavam rapidamente da boca de Ian e sua respiração o fazia perder por um momento o pique, para chegar até seus pulmões o possibilitar criar as palavras novamente.
– Ian, vamos até a sala dele, você sabe que quando ele está em reunião não devemos atrapalhar, e esta é uma reunião urgente do Conselho, eu percebo que o que você veio falar com ele, parece ser importante, irei até a sala de reunião assim que o Alakazam chegar e informo a ele que você o aguarda na sala dele, está bem, ficamos conversados assim? – E sem esperar por uma resposta dele, ela o conduz até o andar superior, solicitando a um dos funcionários que lhe traga um pouco de água com açúcar para acalmar Ian.
– Olhe, fique aqui, acalme-se um pouco e o Pastor já virá para recebê-lo. – E ele confirma positivamente com a cabeça que havia entendido, pegando o copo e bebendo um pouco da água e respirando, para recuperar o fôlego que havia perdido. O copo ficava turvo com sua rápida respiração e ele deixou um pouco para seu companheiro, que tomou tudo de uma só vez. Rose se dirigiu até a porta, mas antes de fechar atrás dela, se virou novamente para Ian. – Ian gostaria de te pedir um favor. Quando você falar com seu pai, por favor, vá até a minha casa e converse com o Markus, ele não está muito bem depois que acabou com a Ilana, gostaria que os amigos dele o dessem uma força, será que você poderia?
– Tudo bem Senhora Teodor, eu irei sim, assim que tiver a conversa com meu pai, passarei na sua casa. – Com um pouco mais de fôlego Ian respondeu, levantando da cadeira e apreciando a vila pela janela de vidro da sala do Pastor, com olhos atentos para as imagens que eram formadas nos céus pelo evento que agora começava a se dissipar dando espaço à iluminada noite que começava a chegar à vila.
Alguns minutos se passaram e Ian começava a ficar inquieto, Charmeleon o apoiava na angustia e os dois deram um salto quando um barulho ecoou do lado de fora da sala do Pastor, um grito vindo do andar inferior. Eles rapidamente correram para observar, e só conseguiram enxergar o Alakazam do pai de Ian correndo para a sala de reuniões com alguma coisa verde no colo, que deixava pingar um líquido amarelo por todo o carpete e Rose a sua frente, entrando apressadamente na sala de reuniões.

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