Capítulo
04
O LEGADO SECULAR
Finalmente
a porta da sala de reuniões abriu e uma transtornada Rose chegou carregando uma
pequena caixa de madeira, mas este, que deveria ser o objeto mais importante
dessa reunião ficou em segundo plano quando todos observaram o que o Alakazam
trazia em seus braços. Um ferido e agonizante Oddish era transportado nos braços do Pokémon, suas folhas
presentes no topo da cabeça estavam amareladas, com poros aparecendo por todo o
seguimento da planta. Sua cor púrpura estava claramente mais fraca que o normal
e as raízes serviam como seus pés estavam quebradiças e com um aspecto
enegrecido. Um líquido amarelado escorria de sua pele e do alto de suas folhas.
Rapidamente
Elisa, uma senhora com belos olhos negros e um cabelo castanho levemente
ondulado, saiu correndo até sua casa para convocar a sua Chansey e auxiliar na cura desse debilitado Pokémon. Por um
instante fugaz, quando a porta foi aberta, o Pastor viu seu filho do lado de
fora da sala, mas rapidamente a porta foi selada por Rose. Alakazam colocou o
ferido Oddish sobre a mesa de reuniões, que estava repleta de mapas e desenhos
sobre montanhas e uma estranha cúpula de vidro sobre toda a vila, floresta e
terreno conhecido do povo de Vila Serena. Os outros conselheiros acharam-se
incapazes de realizar qualquer procedimento, a não ser discutir teorias das
mais diversas para a razão do acontecimento com a pobre criatura, que
pigarreava intensamente.
Durante
alguns momentos o clima na sala ficou pesado, que foi quebrado somente por um pigarro
do Pokémon acamado, que tossindo liberou uma gosma esverdeada, desmaiando em
seguida pois não conseguia mais ficar com seus pequenos olhinhos abertos e sua
respiração ficou muito mais ofegante. Assim que Elisa e sua Chansey chegaram, com
Ian tentando de todo modo entrar, mas Rose o impedindo, o Pokémon curandeiro
rapidamente se lançou sobre o Oddish debilitado, realizando uma chuva de penas
sobre o pequeno, que o rodearam com uma brisa que lançava pequenos cristais
brilhantes por todo o cômodo, que ao tocar no rosto dos presentes provocava um
aquecimento da região, e trazia um grande relaxamento.
Elisa
solicitou que todos saíssem da sala e deixassem a Chansey trabalhar com mais
espaço, para que suas técnicas fossem utilizadas de forma mais eficaz com
apenas um alvo, se tirando por ultimo e desejando a seu Pokémon companheiro boa
sorte.
O Pastor
percebendo que as ações da Chansey não seriam rapidamente finalizadas, com a pequena
caixa em suas mãos, saiu da sala, pedindo para ser acompanhado por Rose e Peter
Mewton, deixando os outros conselheiros conversando do lado externo da sala de
reuniões, sendo seguido de perto por Ian que não dava espaço para ser
esquecido. Os três estavam tendo uma conversa em sussurros que Ian não
conseguia escutar nada, mesmo se aproximando sorrateiramente, o máximo que
escutou foi sobre uma proteção que devia estar com defeito, mas não identificou
do que se trataria. Chegando a sala, ele percebeu que Ian estava em seu
encalço, perguntando constrangido sobre a presença de seu filho.
– Ian, o
que você faz aqui? – Ele olha com uma expressão de constrangimento para Rose,
sem entender a situação.
– A
senhor Pastor, desculpe não ter avisado, o caso do Oddish me fez esquecer esse
detalhe. – Rose rapidamente respondeu, corando um pouco pelo seu deslize no
trabalho.
O Pastor
colocou a caixa sobre a mesa e se dirigiu ao garoto, com uma expressão que Ian
conhecia muito bem. O cansaço da profissão o deixava muito abatido, e sempre
que ele expressava essas rugas em seu rosto, a verdadeira idade do Pastor
parecia se demonstrar a todos, deixando de lado sua jovialidade tão bem
conservada. A incerteza das dúvidas que assolavam a cabeça dele, o consumiam,
tanto quanto a incapacidade que Ian sentia sempre que não conseguia ajudar os
outros após saber os problemas que eles estavam enfrentando. Nesse ponto, pai e
filho eram muitos semelhantes, não havia dúvida. Além da cor dos cabelos e o
nariz bem desenhado.
– Ian,
eu quero que você vá para casa, temos muitos assuntos a discutir ainda hoje, e
não acho que você deva ficar aqui, por favor, vá e fique lá até eu retornar, eu
explicarei tudo quando chegar. Diga a sua mãe que devo demorar, pois...
Porém
antes que o Pastor terminasse de falar, Ian o interrompeu, com uma explosão de
incredibilidade e revolta em sua voz, seu rosto estava ficando vermelho e sua
voz começou a sair desenfreada, levando toda a sua calma par ao espaço, fazendo
seu fôlego diminuir novamente.
– Eu não
sairei daqui até que o senhor possa me escutar, vim correndo por que sabia que
isso também era um assunto importante, e acho que tenho uma resposta para os
eventos que vem acontecendo por toda a vila. O senhor pode não achar que sou
indicado, mas eu e Charmeleon já enfrentamos muitas coisas, e o senhor deveria
considerar que somos uma boa dupla, podemos suportar trabalhos duros também,
então não me trate mais como uma criancinha. – Uma pequena lágrima descia do
rosto de Ian, parecia que esse era um clamor ao pai para que percebesse sua
maturidade, uma coisa que não era fácil de demonstrar, pela pacificidade que
reinava na vila. As aventuras que Ian citou tratavam-se basicamente de
traquinagem e aventuras que ele realizava juntamente com Tristan e Markus, sempre
rivalizando com Yslan, e seus companheiros Pokémons.
Espantado
com a revolta do filho, o Pastor levanta e se direciona até o garoto, coloca
sua mão sobre o ombro e baixa um pouco sua cabeça, uma ação que não havia muita
necessidade, uma vez que Ian estava quase do mesmo tamanho que seu pai – Ian,
eu não disse que você é uma criança, sei que você tem talento e capacidade de
realizar atividade de adulto já, mas no momento não necessitamos que você
realize essas atividades, temos outros tão capazes quanto você e que irão
desempenhar esse papel por muito tempo. Mas fale o que o trouxe aqui, e depois
parta para casa.
Ainda um
pouco revoltado, porém mais confortado pelas palavras do pai, ele toma fôlego
mais uma vez e fala: – Tive um sonho e nele algo estranho acontecia, uma
neblina verde ficava me rodeando e tudo ao meu redor muitas vezes tornaram-se
negras, porém quando eu já estava acordando, um fantasma ou coisa do tipo, mas
acho que se tratava de um Pokémon apareceu para mim e falou que minha linhagem
era pura, o que isso significa? O que ele queria dizer com isso? Ele me pediu
ajuda, mas como eu poderia ajudar ele, não consigo entender nada do que estava
acontecendo.
O Pastor
começa a escutar com ceticismo as palavras de Ian, mas quando esse começa a
descrever os eventos que aconteceram em seu sonho, ele começa a franzir mais a
sobrancelha e dar mais atenção a cada palavra dita por seu filho.
– Você
conversou com esse... Pokémon? Viu a imagem dele, pode descrever ele para nós?
– Na
realidade, não foi bem uma conversa, ele simplesmente falou algumas frases e me
pediu ajuda, mas eu consegui vê-lo sim – e descreveu a todos a aparência do
Pokémon em questão.
– Sim,
ele ainda disse o seu nome, e falou que eu deveria perguntar ao senhor quem ele
era. O nome dele é Celebi.
Durante
toda a conversa o Pastor se mostrava muito envolto nos detalhes, mas Rose e
Peter não pareciam se interessar tanto pelo assunto, mas a menção do nome fez
com que todos virassem para Ian e o olharem desacreditando de suas palavras,
como se ele tivesse sido infectado por uma doença mortal, como se a palavra
pronunciada fosse o pior dos insultos a serem lançados sobre um ser mortal.
– O
Celebi entrou em contato com você, o Celebi protetor? – Rose e Peter falaram em
uníssono se dirigindo para Ian e o Pastor ao mesmo tempo – Ele apareceu para o
garoto, à situação realmente chegou nesse extremo, é isso mesmo senhor? – Os
dois mostraram-se muito espantado para aquela revelação.
– Vejo
que as coisas realmente saíram do controle, vocês dois, verifiquem se não há
ninguém escutando do lado de fora e fiquem de sentinela ai, gostaria de
conversar um pouco com meu filho sobre os acontecimentos que devem vir a se
desenrolar agora. Charmeleon solicito a você que vá com eles, e mantenha a
porta intransponível, ok. – Os dois humanos, ainda com incredibilidade
estampadas em suas faces, confirmaram a ordem recebida e saíram da sala,
claramente confusos. Charmeleon o seguiu, após Ian permitir com um aceno de
cabeça que a ordem do Pastor fosse seguida.
–
Sente-se Ian, você gostaria de ser tratado como um adulto, então esse momento
chegou para você. Primeiro devo lhe mostrar o que guardo nesta pequena caixa,
você deve lembrar-se dela – respondido por um aceno de cabeça de Ian – sempre
ficou em um local bem visível na nossa casa, mas nunca o deixei tocar, ou saber
o que tinha aqui dentro, bem aqui está, esse é o grande segredo dessa caixa. –
Ele se sentou sobre a quina da mesa e colocou um estranho objeto no local onde
deveria ficar a chave.
A caixa
de velho carvalho que tantas vezes foi fonte de curiosidade, porém nunca
coragem suficiente para se mexer finalmente estava a sua frente e ele poderia
observar seu conteúdo, o que deveria ser, muitas teorias malucas entre seus
amigos existiam, mas a teoria que ele mais defendia era que se tratava de uma
poção perdida de Pokémons muito antigos, fósseis, que deveriam ter um grande
valor para seu pai.
A caixa
possuía uma tranca simples, que abria somente com uma determinada chave,
diferente de todas as outras fechaduras da vila, uma chave cilíndrica, com
diversos sulcos e quando ela foi colocada no local que a cabia, um forte brilho
verde emanou das frestas que iam se abrindo para revelar o interior do tão
desejado “brinquedo”. Lá dentro Ian observou uma fita com símbolos que ele não
conhecia, e alguns desenhos que lembravam pessoas e Pokémons realizando algum
evento que se dirigia ao céu e criava um pequeno ser verde, com duas antenas e
grandes olhos azuis, o que não levou mais de um segundo para Ian associar ao
Celebi.
– Ian,
este é o selo de Celebi, um item sagrado para nosso povo, uma vez que este
símbolo foi o fato que pode proteger todo o nosso povo da destruição do mundo.
A muitas gerações atrás, nossos antepassados perceberam que o mundo estava para
mudar, sofrer grandes mudanças e isso envolveria a participação de grandes
governos e poderosos Pokémons. No começo todos achavam que seriam mudanças
boas, como eram divulgadas, mas com o passar do tempo, os grande Pokémons
sagrados, que estavam em relacionados de forma pacífica com os humanos foram
traídos e capturados por estes.
– Eles
começaram então a ser usados de formas impiedosas e horrendas, o que começou a
causar muitos problemas ambientais, uma vez que estes Pokémons eram os
responsáveis por manter o equilíbrio das terras, dos céus, dos mares, das
estações, dos elementos, dos desejos humanos e de todo o planeta. – Ian sentou
na cadeira e ficou observando a expressão de alivio de seu pai, como se um
grande fardo fosse sendo retirado de suas costas, ou pelo menos, dividido, o
que foi expresso por um semblante de alívio nunca visto por ele em seu rosto. A
jovialidade estava retornando para sua face.
–
Começou uma grande batalha entre os Mestres Pokémons que ainda desejavam a
estabilidade do mundo, mas muitos governos já possuíam Pokémons mitológicos,
únicos e que viviam a centenas, até milhares de anos, sob seu total controle, e
estes facilmente começaram a derrotar os desafiadores, o que com o tempo foi se
tornando enfadonho para os governos, que decidiram que era mais rápido acabar
de uma vez por todas com os Pokémons e Mestres, que simplesmente os expulsar.
– Então
os desafiantes começaram a serem massacrados, quando seus Pokémons eram
derrotados, eles não tinham tempo de levá-los a qualquer lugar para lhes dar capacidade
de recuperá-los e eram exterminados no mesmo momento, com seus treinadores
sendo mortos em seguida. – Ian não conseguia entender como isso poderia ter
acontecido, por que os humanos teriam traídos os Pokémons e como eles os tinha
sob controle.
– A
partir desse momento, começou então por todo o planeta a existir a imposição
dos mais fortes e muitas potências ditatoriais começaram a ser criadas, levando
a guerras cada vez mais brutais e devastadoras, tanto pela quantidade de
pessoas e Pokémons que morriam, como também pelas áreas do meio ambiente que
estavam sendo destruídas. – A cada frase que dizia, o Pastor parecia retirar de
suas costas toneladas e toneladas de responsabilidades acumuladas com o tempo e
os conhecimentos que possuía.
– Sem
qualquer forma de equilíbrio no mundo e sem quem tivesse poder para que se
impusesse a estes dominadores, muitos povos começaram a se refugiar em
florestas profundas, em montanhas, e nos mais diversos lugares, mas eles também
eram encontrados, e se não pudessem dar nada de valor para seus captores, todos
eram exterminados e eles passavam para outros povoados.
– Você
não acha estranho termos poucas pessoas passando por nossas terras, por nossa
vila, sempre sermos tão isolados. Isso acontece por que há uma grande barreira,
criada há séculos atrás, pelo poder criado através do desejo dos Pokémons e dos
humanos, que não aguentavam ver todo o planeta sendo destruído e então eles se
reuniram e a força de seus desejos pôde convocar o grande Celebi. Um Pokémon
que é tido como o espírito das florestas, o protetor dos viajantes e o viajante
das tempestades. – Ele então contornou a mesa, deixando a caixa aberta na
frente de Ian, sentando-se na sua poltrona e se espojando por ela, como um
garoto fazia sempre que se sentava na grande e confortável poltrona de sue pai,
e então continuo.
– Após a
convocação do Celebi, ele prometeu que protegeria a todos por possuírem o
coração e as ações puras, o que faria com que o espaço destinado à preservação
fosse criado, protegido de todo o mal externo do mundo de aversão que foi sendo
formado do lado de fora da nossa vila. Essa proteção é o céu que observamos,
porém esse céu azulado não é o céu original que o nosso planeta possui,
infelizmente, a ganância humana e a união com Pokémons das trevas causou a
total destruição da atmosfera protetora, a responsável por esse efeito azulado
do céu. – Ian observou o belo céu do lado de fora pela grande janela na sala do
Pastor, imaginando como tudo era uma ilusão desde o primeiro momento em que
nascerá.
– O céu
atualmente é negro, com flamejantes tempestades causadas pela queima dos gases
presentes no ar, o que nos desertos, pode significar a morte, já que por todo o
lugar arde em chamar. As cidades são rodeadas de grandes cúpulas de vidro, para
proteger o pouco oxigênio que resta, possibilitando a respiração, contaminada,
de toda a população. Apenas poucos habitantes do planeta respiram o ar puro,
como o que encontramos aqui, são aqueles que gastam rios de dinheiro, e que são
hipócritas e cruéis com os que os rodeiam, além de possuir os Pokémons mais
poderosos para lutar por eles. – Ian avaliou bem o que foi dito e interrompeu o
pai, confuso sobre o que ele havia falado.
– Pai, o
que é dinheiro, como você sabe tão bem sobre esse mundo lá fora, como você sabe
sobre esses fatos da história, de tanto tempo atrás, o senhor é tão velho
assim? – Ian pergunta após escutar todo discurso de seu pai. Durante o mesmo,
ele estava somente absorto em todas as revelações que estavam sendo realizadas
e ficou pensando como seu pai conseguiu viver até o momento com tantos segredos
para si.
– Esses
segredos são transmitidos para os Pastores da Vila Serena e somente nós temos
todo esse conhecimento. Quando um pai entrega a seu filho essa caixa, ele dá
junto o controle da vila, pois chegou o momento dele tomar as corretas
decisões, já que o Celebi o achou digno de tal atividade. Mas ele aparecer para
o procedente jamais havia ocorrido, o que ocorre é um sonho do Pastor atual,
onde lhe é informado até que momento ele deve ficar no poder e passar então
todas as atividades para seu sucessor, como foi passado pelo seu avô para mim e
dele pelo pai do meu pai, e pelo pai do pai dele, e assim por diante, por
séculos.
– Não
preparei todas as coisas que me foram passadas quando me tornei Pastor, então
não sei como devo proceder nesse caso, mas sei que poderemos trabalhar em
conjunto para manter a ilha em controle e descobrir o que está acontecendo com
a barreira de Celebi, que não tenho medo de supor, pode ter algo haver com a
atitude estranha de alguns Pokémons e os eventos meteorológicos que vem sendo
apresentados aqui na nossa vila. – O Pastor começou a retirar alguns documentos
de sua gaveta e colocá-los sobre a mesa, para que Ian tivesse a oportunidade de
observá-los também. Ele identificou muitos locais que comumente frequentava,
mas percebeu que havia muitas passagens secretas nesses lugares, e em alguns,
até mesmo grandes salões subterrâneos secretos.
– Você
me aceita como seu Pastor regente, até eu repassar a você todos os dados, todos
os segredos e rotinas do trabalho de Pastor, meu filho? – Wilson agora o olhava
com um olhar suplicante e ao mesmo tempo aliviado, por saber que seu trabalho
estava terminando, mas não queria que seu filho sofresse com essa transição
inesperada que havia sido provocada.
– Pai,
tudo isso é demais para eu controlar, claro que quero trabalhar com você, e há
uma coisa que quase me esqueço de mencionar, um rebanho de Tauros debandou
hoje, durante o evento climático estranho no céu, no final da tarde e eles
demoliram o celeiro dos Silva, eles se salvaram, e pouco tempo depois os
Pokémons pareciam que não sabiam o eu tinham feito e retornaram para o local de
onde eles haviam debandado, eles pareciam muito confusos.
–
Entendo, cada vez mais, tenho certeza que isso se trata de algo intercalado com
a nossa proteção, parece que ela está perdendo força, temos que fazer algo a
respeito disso. Os Pokémons que a mantém erguida devem estar sofrendo algum
mal. – Mal acabou de falar, alguém bateu na porta, sendo convocado por Wilson para
entrar na sala.
– Senhor
Pastor, me desculpe, eu sei que o senhor não gosta de ser interrompido durante
a discussão de assuntos sérios, e sabe que jamais faria isso se não fosse algo
grave, mas Elisa está querendo falar com o senhor, posso deixá-la entrar? –
Rose apareceu na porta, muito vermelha, como era costume quando realizava algo
que não condizia com seu perfil metódico e correto de executar seu trabalho.
– Não se
preocupe Rose, estávamos conversando assuntos sérios realmente, mas sei que
você jamais nos interromperia por assuntos supérfluos, e avise a todos, a
partir desse momento, não há necessidade de me chamarem de Pastor, volto a ser
apenas Wilson, meu filho sim, este a partir de agora recebe o título de Pastor
e é a ele que você responde agora. – Com as palavras lançadas a Rose, uma nova
expressão de incerteza e perplexidade vagou pelo rosto dela, olhando
rapidamente de Wilson para Ian, sem noção de como reagir.
– Então
senhor Pastor, podemos deixar Elisa entrar – perguntou Wilson, sorrindo com a
expressão confusa de Rose e o espanto estampado no rosto de Ian, que não achava
que o cargo seria passado tão instantaneamente, ele pensava que para se tornar
um Pastor, deveria ter uma cerimônia suntuosa, com toda a vila, mas simples
palavras foram lançadas, porém o peso dessas palavras era mais pesadas que toda
a manada de Tauros vista mais cedo.
– Err...
bem, sim, pode deixar ela entrar Sra. Teodor – com um aceno de cabeça Rose saiu
e segundos depois Elisa entrou pela porta da sala do Pastor, seu expressão era
sombria e chorosa, Wilson que apresentava um sorriso maroto no canto da boca
rapidamente o perdeu e deu espaço a um rosto mais preocupado, pelas palavras
que poderiam vir a ser proferidas, deixando passar a citação que ele não era
mais o Pastor e sim seu filho.
– Senhor
Pastor, infelizmente tenho que lhe trazer más notícias. O pequeno Oddish que o
seu Alakazam nos apresentou, infelizmente não resistiu e sucumbiu a doença que
o havia afetado. Provavelmente ele estava doente por alguns dias e perdido na
floresta, infelizmente o Alakazam só o encontrou nos seus últimos momentos. –
Ela falava com brilho nos olhos pelas lágrimas e também demonstrava um pouco de
entusiasmo quando começou a relatar sobre os procedimentos que ela e Chansey
realizaram.
– O
Chansey conseguiu isolar colônias presentes nos poros apresentados nas folhas
da cabeça do pequenino e identificou como um forte veneno, liberado por
microrganismos que nunca observamos dentro da nossa vila. Estamos trabalho para
gerar uma cura, mas como conseguimos pouca amostra até agora, não temos
previsão de realizar uma boa pesquisa sobre o veneno. E antes que eu esqueça,
temos certeza que esse Oddish foi atacado por algum tipo de animal que não
conhecemos, pode ser alguma espécie de Pokémon ainda não observada nas nossas
terras.
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